Faroeste Caboclo embalou minha adolescência como um hino, ao lado de muitas outras canções da Legião Urbana, ícone máximo do rock nacional dos anos 80. Sei que vou adorar me sentar e assistir, na tela, comendo pipocas, a história contada por Renato há 26 anos atrás. Uma história da qual me sinto parte porque a vivi em minha vida, como tantos outros jovens da época, sedentos que éramos de justiça e liberdade justamente por conta do sistema opressor que a ditatura militar nos impôs até 1984.
Claro que minha vida não foi parecida com a do João do Santo Cristo. Não morei em favela, não passei por aquelas dificuldades, drogas, tráfico, armas, prisão, estupro, enfim. Mas eu me identificava é com a rebeldia dele (e acredito que como eu, quase toda aquela geração também) e com aquela coisa que só a juventude pode nos proporcionar: a absoluta não-percepção do perigo que nos presenteava com uma coragem imensa, capaz de nos levar ao fim do mundo ("não tinha medo o tal João do Santo Cristo era o que todos diziam quando ele se perdeu").
Acho que vai ser ótimo assistir ao filme e ao mesmo tempo, rever minha juventude. Estou muito entusiasmada com isto, muito ansiosa.
Então, fiz uma pesquisazinha básica e encontrei algumas informações legais sobre o filme, além do trailer oficial. Se vocês gostarem, por favor, deixem uma mensagem nos posts, ok? Obrigada! E vamos lá:
Capa do CD de Faroeste Caboclo (Frente)
Escrita por Renato Russo em 1978, Faroeste Caboclo conta, em 159 versos, as desventuras de João de Santo Cristo (Fabrício Boliveira), o "bandido destemido e temido no Distrito Federal", desde o nascimento numa fazenda no interior da Bahia, passando pela descoberta do amor em Maria Lúcia (Ísis Valverde), até a sua morte, em um duelo com o traficante Jeremias (Felipe Abib), em Ceilândia. A letra virou febre nacional após ser lançada pela Legião Urbana em 1987 no disco "Que país é este?", o terceiro da banda. A música tem 1.239 palavras, 168 versos e 9 minutos e 3 segundos de duração.
O filme é muito fiel aos versos da letra da canção que retrata a violência e desigualdade brasilienses de 30 anos atrás. O longa tem cerca de 100 minutos, de acordo com René Sampaio, e mais de 80% do tempo de tela é ocupado por cenas rodadas no Distrito Federal e no Entorno.
Rockonha
As cenas da Rockonha, festa organizada por Jeremias — "maconheiro, sem-vergonha" — onde muita gente acabou presa pela cruel polícia da ditadura militar foram filmadas em Sobradinho, no mesmo sítio onde ocorreu a original, descrita por Renato Russo. A produção do longa cedeu à Encontro imagens inéditas da gravação da balada movida a rock e a maconha.
Notas
O Filme teve um orçamento de R$ 6 milhões e estava agendado para estrear em 26 de outubro de 2012, a princípio. Porém, esta data se tornou inviável devido a dificuldades na captação do orçamento necessário para sua finalização. Deste modo, o adiamento para 2013 se tornou inevitável. MAS CHEGOU! Yeeeees!
A Produção é dividida entre A Gávea Filmes (RJ), a República Pureza (RJ) e a Fogo Cerrado Filmes (DF). É o trabalho de estreia da Gávea Filmes, de Bianca De Felippes (ex-sócia de Carla Camurati na Copacabana Filmes).
A direção é do estreante René Sampaio.
O roteiro foi escrito por Marcos Bernstein (Central do Brasil) e Victor Atherino.
Elenco
O trio amoroso
Fabrício Boliveira como João de Santo Cristo
Ísis Valverde como Maria Lúcia
Felipe Abib como Jeremias
César Troncoso como Pablo
Marcos Paulo como Ney
Rômulo Augusto como Saci
Lançamento
A versão final do longa ambientado no Distrito Federal, onde Renato Russo escreveu a música homônima teve uma sessão exclusiva, em março de 2013, para a mãe, a irmã e o filho do compositor.
O avant-première de Faroeste Caboclo será em Brasília, em 14 de maio, exibido apenas para convidados, nas salas dos cinemas do Park Shopping, no Guará.
IMDb
Trailer oficial
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