O
mushi é uma presença constante em diversas expressões da língua
japonesa. Bastante difícil de traduzir. Vamos tentar entender um
pouco do que se trata esta palavrinha:
O
Japão, por ser um arquipélago com quatro estações nitidamente
distintas possui sua paisagem composta por insetos e pequenos animais
que variam de acordo com cada estação. E é deste fato que nos
chega a palavra “mushi”, que em tradução literal seria o
equivalente a vagalumes, cigarras, caracóis, larvas de borboletas ou
moscas, etc.
Alguma
coisa parecida com aqueles nossos “bichinhos” que, na maior parte
das vezes, está diretamente ligado às estações do ano. Muitas
expressões estão ligadas a “mushi” e, quase sempre, lhe é
atribuída parte importante na conduta humana, como substituto do
temperamento, interesse, comportamento, etc. Desloca-se, assim, a
responsabilidade da ação: o agente não é propriamente a pessoa,
mas um “mushi” que habita nela.
Por exemplo, de uma pessoa chorona, diz-se:
Naki-mushi
Mushi
que chora
(alguém
que traz dentro de si um “bichinho” do choro)
Do
covarde diz-se:
Yowa-mushi
Mushi
fraco
(alguém
que possui um “bichinho” do medo, da covardia, da fraqueza).
Quando alguém se dedica intensamente a uma atividade,
diz-se:
Hon no mushi
Hon no mushi
Mushi
do livro
(alguém que possui um “bichinho” da leitura ávida dentro de si)
(alguém que possui um “bichinho” da leitura ávida dentro de si)
Shigoto
no mushi
Mushi
do trabalho
(alguém totalmente devotado ao trabalho)
(alguém totalmente devotado ao trabalho)
Gei
no mushi
Mushi
da arte
(alguém completamente dedicado à arte)
(alguém completamente dedicado à arte)
Eu
diria que é possível pensarmos como naquela expressão em
português: “foi picado pela mosca...” – … da política, dos
concursos, do video-game, da vaidade etc. É isto aí! Em breve, mais curiosidades ou particularidades da cultura japonesa.
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